Lembro que em meados de 2015, quando desmontava minha exposição do Lugar das Dúvidas, espaço expositivo da Casa Daros, uma das produtoras da casa me falou, com tom consternado, que era uma pena que o espaço fosse fechar naquele ano, pois dessa maneira intuía que em vinte anos ninguém lembraria dos jovens artistas que expuseram lá. Apesar da tristeza em seu modo de dizer, lembro de ter pensado naquela sentença não como um castigo, mas como uma estranha oportunidade: a de não ser.

 

Sigo em 2016 remoendo lembranças. Meus dentes doem. Mas há prazer em agir mastigando.