Para [Ferreira Gullar], a poesia nasce como se ele “de repente desconhecesse o mundo, porque o mundo não tem explicação”. A inspiração surge do que Gullar chama de espanto. Espanto que, há quase seis anos, não lhe vem mais.
“Não estou dizendo que não quero escrever”, ele explica. “Mas é o espanto diante do inusitado que me move. E isso não posso buscar. Se tudo na vida acaba, porque minha capacidade de escrever não poderia terminar?”
Por Nina Rahe, no caderno ilustrada, da Folha de são Paulo, na matéria ‘acho que não escreverei mais poesia’, conta Ferreira Gullar