coragem:

decidi que se, ou quando, submeter inscrição a qualquer processo seletivo em artes, apresentarei como portfólio o de quase 200 paginas, que abrange desde meu nascimento até meados de 2015.

após passar alguns tempos montando portfólios alternativos, me lembrei de ter coragem. eu sou esse das duzentas páginas, não das dez ou quinze que agradariam os avaliadores seguros dos seus nãos.

se um não, pura e simplesmente, é resposta à minha inscrição, nunca deveria ter estado ali. (mas não importa: lá estou, como sou, em muitas páginas) Aline deu ao mundo a frase “Sem medo”. E eu quase não tenho medo agora. sinto orgulho de mim. sou forte suficiente para atuar onde não se prevê atuação: no projetual.

Mas tudo isso é por não conseguir deixar de participar de coisas em que se ganhe e se perca, um dos meus planos de fuga.

Talvez por que fugir não seja possível

talvez por algum motivo que ainda não sei ou não queira dizer tão bem.

(um dia, conversando com Casimiro, disse que o pacifista era um nômade. Ele me provocou subitamente ao perguntar se aquilo não seria covardia – não me recordo das suas palavras, mas elas queriam dizer isto -. minha resposta possível foi dizer que o pacifismo, em seu nomadismo, existia até quando era possível andar por si só, deixando o que lhe incomoda para trás a viver uma própria existência longe da sua. Quando não era mais possível seguir, quando o incômodo se configurava como barreira à liberdade, ser um nômade pacifista já não era mais possível. E nisso, só vislumbrava duas alternativas: se submeter docilmente ao incômodo ou confronta-lo, insubmisso. Ele aquiesceu, por fim. concordamos nesse ponto)

(07/03: percebi q este meu portfólio tem data de validade)