Pollyana Quintella <quintellapollyana@gmail.com>21 de novembro de 2016 14:51
Para: “Jandir Jr.” <mailexpressivo@gmail.com>
. este e-mail é um convite .
. Te convido a realizar um trabalho, na medida de até 10 x 10 cm, a ser entregue na rua riachuelo, 32, 610, lapa, rio de janeiro, até o dia 15 de janeiro.
. a entrega compreende todas as vias possíveis: em mãos, via correio, via terceiros .
. você também pode sugerir que eu retire o trabalho em outro lugar, dentro de outro acordo .
. também estarei disponível a te ajudar a produzir o trabalho, buscar materiais, conversar, ou qualquer outra coisa negociada por nós, sem envolvimentos financeiros .
. o trabalho também pode acontecer sem qualquer aproximação minha .
. outras 14 pessoas estão convidadas .
. os 15 trabalhos desencadearão uma exposição portátil ainda sem corpo, espaço ou previsão .
. todos os trabalhos serão armazenados numa caixa, circulando por períodos negociados em espaços expositivos, praças, bares, casas, salas de aula etc .
. você pode solicitar seu trabalho de volta quando desejar, ou deixá-lo itinerar .
. qualquer outro aspecto não dito aqui pode ser esclarecido entre nós .
Jandir Jr. <mailexpressivo@gmail.com>24 de novembro de 2016 23:05
Para: Pollyana Quintella <quintellapollyana@gmail.com>
ei polly! quero ir compartilhando contigo
pensei numa coisa mas não estou convencido. é essa aqui:

Parede
2016
nanquim sobre papel
10 x 10 cm.
pensei nisso pq tive a ideia de roubar o texto de parede de alguma exposição e, como essa proposta não tem paredes pra ter texto de parede, criei uma parede (o título do trabalho, que nomeia o papel como um todo) para colocar um texto lá (um texto bem estranho, aliás; pq uso várias sentenças diferentes, que não usaria, pra simular uma certa dissonância e minha relação de amor e ódio com a democracia burguesa rs).
to indeciso com isso pq acho que crio um precedente que não existe na sua proposta – o tal texto de parede, e a parede em si – para produzir na minha zona de conforto. isso me mostra o quanto eu to acostumado pensar na lógica da crítica institucional e como eu to chato, meio monotemático com as coisas ahhaha.
enfim, vou continuar te dizendo sobre o que vou pensando. pensei em fazer algo escrevendo em primeira pessoa, pq é o que eu mais to fazendo por mim mesmo. também passou pela minha cabeça retomar alguma coisa que ja´tivessse feito. mas vi que tudo que fiz era meio que fomentado pela relação crítica com o espaço expositivo tradicional. então… to assim, meio deslocado do que reconheço facilmente, lidando com isso por causa dessa sua proposta. rs
beijooo!
Jandir Jr. <mailexpressivo@gmail.com>27 de novembro de 2016 12:47
Para: Pollyana Quintella <quintellapollyana@gmail.com>
ahhhh!! e eu acabei de achar um caderninho de menos de 5 x 5 cm. acho que vou comprar e… sei lá, usar pra documentar essas coisas sobre texto de parede e parede.
Jandir Jr. <mailexpressivo@gmail.com>3 de dezembro de 2016 23:47
Para: Pollyana Quintella <quintellapollyana@gmail.com>
sobre o projeto de levar as miniaturas p o bar (q é tipo tua vontade de levar um francis bacon p bar rs) fiz uma nova versão, final, eu acho:

Parede
2016
nanquim sobre papel
10 x 10 cm.
e vou te dar o caderninho. 🙂
bjo
Jandir Jr. <mailexpressivo@gmail.com>5 de dezembro de 2016 22:41
Para: Pollyana Quintella <quintellapollyana@gmail.com>

seu caderninho! vou enviar p ti.
eu ficaria triste se vc não fizesse o seu texto, ou algo assim. nem acho interessante interromper gestos com o que faço. então queria te convidar também, dentro do seu convite, a não deixar de fazer alguma coisa com relação a essa vontade de escrever um texto 10 x 10, seja escrever ou não isso q vc irá fazer.
e, por favor, compartilha comigo o que vc fizer?
Jandir Jr. <mailexpressivo@gmail.com>6 de dezembro de 2016 11:00
Para: Pollyana Quintella <quintellapollyana@gmail.com>
né? ahhahaa, ele é lindo.foi o wallace ramos qm fez. enfim, já estará nas suas mãos.
Pollyana Quintella <quintellapollyana@gmail.com>7 de dezembro de 2016 12:46
Para: “Jandir Jr.” <mailexpressivo@gmail.com>
“Portanto, ser realmente experimental exige rigor na preparação de uma intervenção. Talvez devamos passar a pensar o termo “experimental” em sentido científico mais do que artístico. Aquele que experimenta o faz para descobrir algo, não para produzir um resultado predeterminado; porém, ao mesmo tempo, não o faz sem estipular cuidadosamente as condições do experimento, levando em conta aquilo que este exige ou pode envolver, dividindo-o em etapas progressivas, buscando antecipar possíveis impasses e revisando seus caminhos, ou mesmo os critérios segundo os quais julgá-lo 47 Mesmo que nada disso esteja imune às transformações que a própria intervenção acarreta, e tampouco se deva ter muito apego a qualquer plano ou projeto, isto significa que experimentar de verdade não é fazer qualquer coisa, e certamente não é uma desculpa para o diletantismo (que supõe, justamente, que a identidade daquele que experimenta não se transforma com a experimentação). A política deve ser “experimental” no sentido de “um ato cujo resultado é desconhecido”,48 e não no sentido de estar “sempre experimentando, nunca descobrindo nada, sempre examinando, mas nunca vendo – sempre mudando, sempre permanecendo igual”
http://www.revistaserrote.com.br/2016/11/anonimo-vanguarda-imperceptivel-por-rodrigo-nunes/#
Pollyana Quintella <quintellapollyana@gmail.com>7 de dezembro de 2016 12:54
Para: “Jandir Jr.” <mailexpressivo@gmail.com>
4. Também a abertura exige algum grau de estruturação. Parafraseando aquilo que Deleuze e Guattari dizem da música contemporânea, há sempre um risco de que, enquanto se crê estar abrindo a política “a todos os eventos, todas as irrupções, [ … ] o que se está reproduzindo no fim é uma confusão que impede qualquer evento de acontecer”.50 Pior ainda: nada garante que, diante de coisas deixadas inteiramente em aberto (para que se faça “aquilo que vem naturalmente”), não se acabe reproduzindo padrões de comportamentos entranhados altamente problemáticos.51 Por exemplo: uma reunião sem qualquer estrutura pode facilmente acabar sendo controlada por algumas pessoas com mais experiência, ou não conduzir a nada além de frustração; ela não é necessariamente mais aberta que uma reunião bem estruturada. A solução está sempre em tentar manter um máximo de tensão: suficiente estrutura para que as coisas funcionem (tanto quanto a tarefa exigir), mas sem sufocar a transversalidade das relações e a possibilidade do imprevisível. Trata-se de garantir o contexto para que todos possam “tocar o que não está lá”