
Fé e fogo
–x–
Bandeira:
André me convidou para confeccionar uma bandeira que, num dia a ser marcado, sairá em marcha, comigo a empunhando, junto com outras pessoas, cada uma com sua bandeira. Contudo, suas regras para a confecção da bandeira foram: que não fossem utilizadas letras; e que suas cores se limitassem ao preto, vermelho, amarelo e branco.
Falei para ele que gostaria de retornar a fazer coisas como se eu mesmo não as tivesse feito, através de uma ação questionável, ou patética, ou involuntária, ou.
Tendo esse desejo de fazer uma bandeira sem fazê-la, lembrei dos sudários; tecidos de linho que são utilizados para secar o suor dos corpos, ou embalá-los. E soube que é a bandeira de nº 2, que mede 1,30 m x 0,90 m, que é a que é carregada por alguém em marcha: a bandeira que mede o que um corpo deve levar.
Decidi comprar um tecido de linho branco de 1,30 m x 0,90 m e carregá-lo junto ao meu corpo, para secar o meu suor. E ter isto por bandeira.
(ininterruptamente)
VIVO
A
URGÊNCIA
DOS
DIAS
“O Sudário é um dos acheiropoieta (grego bizantino: “não feito pelas mãos”)“
Esta será uma bandeira que, tanto hasteada quanto arriada, terá por suporte o meu corpo.