“Trabalhar monitorando um museu me evoca minha imobilidade quando nesta função versus o estado de ação a que associo os artistas quando olho suas obras expostas. É estranho crer essa condição de ação permanente nestas pinturas, esculturas, nestes não objetos. É como se, a cada mirada numa obra, ela se ressemantizasse como a presença da ação de um outro, em antítese ao nosso estado sedentário, já que espectadores. Claro que associar sedentarismo como condição do espectar incorre numa redução grosseira da vigilância do olhar à nada, como se fruir fosse pouco, uma condição inativa. Mas fruir, frente a corpulência do pintor que emerge de sua pintura, é só olhos. É disso que falo, dum fato estritamente relativo ao movimento da mão que pincelou uma tela, da extensão do braço que desbastou no alto da escultura, do dedo que clicou na câmera fotográfica, ou mesmo das pernas e da voz indo de lá a cá para viabilizar a exposição das obras que olhamos. Vemos a cinética do artista ao olharmos suas peças inertes. Já nosso corpo, ainda que em ação constante, não reside deste modo indicial num objeto público. E ver imagens faz mal.
Jandir Jr. <mailexpressivo@gmail.com> 10 de janeiro de 2017 22:24
(e o rodrigo do mar veio me mostrar um texto que estava no verso de uma
das escalas de hoje no mar e que tinha sido eu mesmo, propositalmente,
quem tinha feito ela parar lá, atrave´s dessa proposta q fiz c max:
