Penso em fazer meus próprios avisos, como os da minha mãe; papéis pequenos com coisas escritas sobre a casa, instruções, observações dedicadas a algum espaço. Queria que meu pai tivesse escrito papéis como os que minha mãe escreve. Quem sabe assim eu não estaria tendo problemas em entender a caixa d’água, as medidas de cimento, em como retirar o ar da bomba hidráulica, querendo dar a ver meus bilhetes nesta publicação, inúteis fora do perímetro onde moro, e por isso interessantes fora do perímetro onde moro: nessa inutilidade que faz minha casa outra coisa que não minha, e esse peso dos pequenos dramas do corriqueiro, profundos por portarem a saudade, ficando menos familiares, mais públicos, maiores como outra coisa mais leve também, mas densa de outra forma.