
Quando pus o crachá na mão, demoraram a perceber que algo tinha mudado, e nos foi claro que sua ausência em meu pescoço nunca foi um problema. No sedimentar de nossa convivência minha existência se fez suficiente?
Mas não chegou a me faltar crachá nesse trânsito oportuno para fora da largura da nuca. É que percebo, mesmo com o movimento de pinça que o polegar opositor atesta, a correia presa firme em apenas dois dedos, sustentando-se num abismo pequeno, à distância da gravidade. E envergaram, o anelar e o do meio, com os músculos tesos pelo peso que pesava antes e tanto toda a cabeça. Por isso, assim como quando insisto meus pés em sandálias quando os querem calçados, comecei a carregá-lo, crachá, quase o roçando no chão.