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Diria que, um dia, um olho cego me olhou.

A porta do trem entreabrindo, e eu sairia, se não alguém na minha frente, sua cabeça baixa. Permaneci. Ele ergueu seu olhar. Antes de desviar me olhou. Seu olho cego era um só (o outro via, o que não me importava:(: foi na sua única retina esbranquiçada que estranhei, direcionada aos meus olhos, ocupar-se da visão que não pôde, mas que sempre parecerá exercer a quem a encarar, assim como eu. Todavia,., porque me mirou de volta?.. como sou patético rs. Chego a duvidar de uma cegueira patente.

Ou: detida em mim, parecendo me olhar, interrogava se era ela a retina que não poderia algo ou meus olhos que eram incapazes de cegueira. – Não. Eu disse ainda há o que eu não possa ver.

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Você tem um problema com crase mesmo, né?: meados de 2015. Um orientador olhava meu texto, se permitindo o comentário após meu quarto erro consecutivo no uso da acentuação. Ainda houveram outros, que não vi, e que ainda mal percebo hoje em dia.

Uma crase são duas letras ‘a’, uma de frente para a outra. A ponto de fundir-se, o impedimento manifesta-se pela acentuação: é o modo de não fazer desaparecer uma pela outra. Desse modo, um terceiro signo surge, simulacro de um abraço assassino.

O foda é vê-las assim camufladas, ainda que sobreviventes.