Meditava quando ouvi a sua voz. Posso incomodar um pouco a sua concentração, irmão? Abri meus olhos e um sorriso. Lhe reconheci, e ofereci minha mão à dele. Observei em seu braço já tão próximo as marcas na pele castigada. Marcas que vinham de dentro. Manchas e rugosidades que implodiam seu corpo. Estava pior do que antes.

Koé, irmão. Falei sorrindo. Apurei meus ouvidos à sua voz. Pouco recordo. Ele hesitava, ponderava antes do pedido que eu previa. E me adiantei a dizer Poxa, eu não tenho dinheiro quase nenhum. Pô… você não tem, né? Não. É que eu ia pedir pra você inteirar uma quentinha pra mim. É, cara. Janeiro tá bem pesado pra mim. Saquei. Mas brigadão, cara. Deus te abençoe. Cê também.