Pensei em começar falando que meu olho entreabriu. Mas recordei o que aconteceu antes disso. Que senti seu toque enquanto eu permanecia sentado em lótus no chão. Que seus pelos roçavam em minha perna esquerda, em meu braço direito, em minha perna esquerda. O que me fazia curioso por saber qual das duas seria. Pelo tato que ela mesma buscava tocando em mim, julguei menor o seu tamanho, menos pelagem, e imaginei que fosse Alicia. E ela então parou. Por longos segundos. Ou longos minutos. Minha sensibilidade ao tempo ainda era pouca. Aí sim foi quando meu olho entreabriu. Pouco, mas suficiente para que eu visse um pequeno vulto na minha frente. E, curioso, abri totalmente meus olhos: Alicia, sentada simetricamente alinhada ao eixo central do meu corpo, olhando fixamente meu rosto, que até então residia compenetrado, em silêncio profundo, fechadas suas pálpebras,

O que havia para ser visto?