programa performativo: como resposta ao abuso de autoridade/assédio moral/solicitação indevida, retirar e entregar nas mãos d_ superior_ que o/o/a realizou; o seu crachá, uniforme e calçados, coisas assim, saindo logo em seguida, descalç_ e seminu_, em direção ao rh ou seu equivalente institucional, afim d formalizar pedido de demissão.

Hoje, escutei barulhos baixos no meu quarto. O vasculhei e encontrei em três caixas de papelão, onde guardada minha coleção de coisas que não desembalarei, cupins que já atingiam o rodapé de madeira e o chão de taco próximos. Pus as caixas na calçada, onde colocaria o lixo da semana. Limpo meu quarto agora com querosene. Vejo meus indícios materiais se esvaírem pouco a pouco. Que alívio poder virar outra coisa. E bom cumprir a promessa, de modo a mudar o tempo verbal. Não desembalei.

Museu de Arte do Rio

12 de julho às 12:56

Não perca as atividades do final de semana aqui no MAR!

Neste sábado, às 15h, venha participar da atividade educativa Caminhar
Ão. Algumas pessoas circularão pelo espaço expositivo sistematicamente
e, como na obra “Ão” de Tunga, caminharão infinito. O público será
convidado a participar de uma ação performática criando sua própria
trajetória e se relacionando com os demais caminhos construídos na
exposição.

Atividade realizada com André Vargas

Registro fotográfico de Edmilson Gomes

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(desenhado por Rodrigo Ferreira)

Definição, em até 150 palavras, do termo “coletivo”;

Coletivo: quando dois, duas ou mais devem definir-se usando as mesmas palavras, a mesma métrica nas frases, o mesmo ritmo gramatical, os mesmos erros de digitação. Dessa forma, prescindindo até mesmo do uso da primeira pessoa no plural, cabe tanta gente, mesmo que pouco visível, no lugar que finda num ponto final.

trecho de uma inscrição em um edital que realizamos nós, a Amador e Jr. Segurança Patrimonial Ltda.

Tenho sentido uma forte dor na parte inferior de minha mão direita ao tê-la apertada com força por outra pessoa quando em um cumprimento. Não sei precisamente quando isso começou. Faz pouco. Mas hoje, ao apertar as mãos com outro homem e sentir novamente essa dor, decidi deixar cumprimentos de mão e somente me disponibilizar aos abraços: com as mãos arejadas, sem apertos portanto, enquanto envolvo o tronco dum corpo nos meus braços, tendo o meu também envolvido por sua vez. E eu penso: quem são emissor e receptor em um abraço, assim como quem o são nas mãos quando apertando-se? É que busco me esquecer do aperto em que devo apertar. Dessa forma, forjamo-nos um elo. Por isso me enlaçarei de todo para me distrair de qualquer desmedida, para me convencer que constituímos um.

Ou aperto uma mão com as minhas duas. E aí só sou eu, mas ainda um abraço.

Após ver um pequeno documento de Paulo Bruscky em exposição – uma folha amarelada, tamanho A4, com duas fotos preto e branco da estadia de Helio Oiticica em Recife coladas ali, e pequenas anotações escritas à mão, em caneta bic preta, sendo a última uma inscrição mínima no canto inferior direito da página: “Arquivo Paulo Bruscky” -, decidi deixar de chamar aqui de portfólio, que chamei por tão pouco tempo assim, que antes chamei por processofólio, de 2015 a 2018.

Agora chamo de arquivo. O que muda alguma coisa, ainda que não mude nada.

 

Com quatro pedras de barro colhidas próximas de um rio, com um tecido dourado e sem calçados. Proponho a Jandir Jr. que deite em praça pública, no Largo da Carioca, Rio de Janeiro, local de circulação pretéritas de pessoas negras escravizadas. O tecido dourado está a cobrir seus olhos e o sol espalha seu brilho até o chão. A performance dura 20 min.

Exercício elementar de vitalidade é uma série de ações que proponho a mim e a outras pessoas (artistas ou não) com intuito de exercitar a vida  por meio de situações tais como deitar, respirar, cavar, construir, comer entre outras. Ações vitais/elementares que envolvem a existência do ser vivo de pessoas negras no mundo.

A realidade brasileira aponta para o corpo negro como aquele que provavelmente será encontrado um dia morto, trabalhando em regimes escravistas, dormindo em ruas e cantos, preso ou lixado em praça pública. Essa ação com Jandir Jr. revive o gesto elementar de deitar não morto, mas com o sol percorrendo a vida do corpo e se espalhando ao seu redor. A escolha do primeiro exercício ser com Jandir Jr. foi por ele já realizar a performance “convido a apresentarem propostas de trabalhos em arte a ocorrer em mim”.

Exercício elementar de vitalidade I (com Jandir Jr.)

Largo da Carioca/ RJ, 14 de maio de 2018

Fotoperformance

por Max William Morais

Trans-in-corporados

Jandir Jr <jandir.jr@museudeartedorio.org.br>12 de junho de 2018 11:57
Para: epsmar@googlegroups.com, janaina.melo@museudeartedorio.org.br, priscilla.souza@museudeartedorio.org.br

Oi, pessoal.

Hoje, há pouco, o produtor do trans-in-corporados entrou em contato comigo e com o antonio fazendo uma proposta: que nós fizéssemos a performance que propomos durante os três dias de evento (23, 24 e 25 de agosto), ao invés de somente em um.

Pretendia antes pedir um dia de folga em agosto para realizar a performance, mas frente a proposta deles decidi enviar esse e-mail para perguntar se, de alguma forma, eu poderia realizar a performance da Amador e Jr. cumprindo-a em meu período de trabalho como educador, durante esses três dias, ou não.

Isso me vem por entender a realização de Ronda (https://cargocollective.com/amadorejr/Ronda) possível não só pelo mútuo interesse do evento e do Museu de Arte do Rio, mas por se desenvolver em minha própria atuação profissional aqui. Isso significa também que entendo que essa prática artística deve se estender para o que faço na mediação em museu, o que me faz pensar em atuar mais diretamente no agenciamento dxs terceirizadxs, a partir da performance da Amador e Jr. ou não, como uma devolutiva desejável, já que começamos a pensar na atuação delxs como educadorxs em nossa última reunião.

Enfim, há a vontade de desenvolver um corpo de trabalho mais afinado entre meu trabalho em arte e em mediação, mas sobretudo pergunto se conseguiria performar como trabalho no museu, sem consumir minhas folgas. Faço essa pergunta plenamente consciente sobre a possível impossibilidade dessa abertura, por conheçer nossa exígua capacidade com a equipe atual. Mas pareceu uma boa oportunidade de, ao menos, falar sobre a crença na responsabilidade que carrego sobre fazer performances sobre trabalhadorxs da arte onde, justamente, trabalho como mediador.

Um beijo,

Jandir Jr.
Educador
Museu de Arte do Rio
Praça Mauá, 5, Centro – CEP 20081-240 – Rio de Janeiro/RJ
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